quarta-feira, 29 de agosto de 2012





ECOS D'ALMA

Oh! madrugada de ilusões, santíssima,
Sombra perdida lá do meu Passado,
Vinde entornar a clâmide puríssima
Da luz que fulge no ideal sagrado!

Longe das tristes noites tumulares
Quem me dera viver entre quimeras,
Por entre o resplendor das Primaveras
Oh! madrugada azul dos meus sonhares.

Mas quando vibrar a última balada
Da tarde e se calar a passarada
Na bruma sepulcral que o céu embaça

Quem me dera morrer então risonho
Fitando a nebulosa do meu sonho
E a Via-Látea da Ilusão que passa!





E no momento sepulcral
Do enterro do meu corpo
Encontrarei a paz afinal
pois enfim estarei morto

De que me vale a juventude
Se a desperdiço pensando
Jovem sem atitude
Por pensar demais vai definhando

Sinto falta do que nunca tive
Quero coisas que nunca vi
Conheço lugares onde nunca estive
Sinto saudades de um tempo que não vivi

A dor e a angústia me consomem
Desespero maior não existe
Como pode alguém tão jovem
Dizer palavras tão tristes

O sombrio cemitério 
E seu aspecto mortuário
É o fúnebre império
Do coveiro solitário

Eu sou a vida e a morte
Ambas habitam minha mente
Não sou fraco, nem sou forte
Sou simplesmente diferente

Minha vida é cheia de sonhos
Que nunca se tornam realidade
Minha mente é povoada demônios
Sou vítima de minha insanidade

Não notarão quando eu houver partido
Pois morrerei uma morte sem sentido
Como se eu nunca tivesse existido
Eu morrerei, porém sem nunca ter vivido

Estas figuras angelicais,
Que compõem esta doce paisagem,
Não estragarei mais,
Com minha sombria imagem. 

Sonhei com você noite passada
Mas sonhos não valem nada
Pois sonhos são pura ilusão
E na vida sempre predomina a razão
.

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